A infeção Parvovirose, também chamada “Parvo”, é uma doença dos cães que é especialmente severa em cachorros e que afeta o trato intestinal, provocando diarreia, febre e uma diminuição da capacidade do animal lutar contra as infeções.
Os Doberman Pincher, Rottweilers e cães de raças nórdicas (Huskies, Malamutes, etc.) são os mais suscetíveis á doença, sendo os animais com sintomas mais exuberantes, embora qualquer animal de qualquer raça ou cruzamento possa contrair e morrer desta doença.
Como se transmite?
Os cães suscetíveis de infeção contraem a doença através da ingestão de substâncias infetadas pelo virus. Os Parvovirus multiplicam-se no trato intestinal dos cães infetados, que durante a infeção podem libertar mais de um bilião de vírus por cada colher de chá de fezes que produzem.
Trata-se de um vírus tão resistente que sobrevive mais de 6 meses no ambiente, sendo impossível de o eliminar do solo sem matar toda a sua vegetação. Para espaços interiores, lavagens profundas com lixívia são aconselhadas para os espaços habitados por animais infetados.
Normalmente os cachorros contraem a doença através do solo contaminado por matérias fecais, sendo que os primeiros sintomas são vistos cerca de 4 a 14 dias após a infeção.
Quais são os sintomas da Parvovirose?
Os primeiros sinais da doença são depressão, perda de apetite e febre, cerca de 1 a 2 dias depois começam os vómitos e a diarreia que progressivamente começa a conter cada vez mais sangue. Estes sintomas progridem muito rapidamente para desidratação e morte em animais severamente afetados. Os cachorros entre as 6 e as 8 semanas de idade têm a maior taxa de mortalidade.
As cadelas imunizadas por vacinação passam alguns anticorpos (defesas internas) para os filhotes através do leite o que os poderá proteger durante as primeiras semanas de vida, após este período o cachorro está dependente das suas próprias defesas para combater a infeção.
Como se trata?
Os cachorros com Parvovirose desidratam muito facilmente uma vez que perdem grandes quantidades de líquidos através do vómito e da diarreia, isto torna crucial que estes animais recebam fluidos intravenosos (soro) para compensar as perdas, assim como medicação para tentar travar os vómitos (antieméticos).
Para além da perda de fluidos, proteínas e eletrólitos (iões) o vírus destrói as células da barreira intestinal fazendo com que as bactérias do intestino passem para o sangue (septicemia), isto faz com que seja necessário administrar antibióticos para matar as bactérias na corrente sanguínea. Para além de tudo isto os Parvovirus danificam a medula óssea, onde são produzidos os glóbulos brancos, diminuindo brutalmente o número de neutrófilos (um tipo de glóbulos brancos) que são essenciais para a destruição das bactérias invasoras.
É esta disfunção imunitária que infelizmente faz com muitos cachorros morram independentemente do tratamento a que são sujeitos.